sábado, 19 de dezembro de 2009

ABAIXO A REPRESSÃO POLICIAL NA UBA!

No dia 14 de dezembro, milhares de estudantes da Universidade de Buenos Aires (UBA) marcharam para ocupar a antidemocrática e reacionária Assembléia Universitária que iria eleger o novo reitor e modificar o estatuto da universidade para adequá-lo aos moldes das reformas neoliberais para a educação que vem sendo aplicadas em todo o mundo.
Para garantir que Assembléia acontecesse, a burocracia universitária recebeu os estudantes com um forte aparato policial. Os estudantes entraram em confronto com a policia e foram duramente reprimidos.

Nós da chapa Rosa Luxemburgo para o Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unesp de Marília repudiamos a ação repressora da policia contra os estudantes da UBA e nos colocamos em completa solidariedade em sua luta pela democratização da estrutura de poder da universidade na qual professores tem peso muito maior do que os estudantes e funcionários não tem direito a voto nenhum.

Entendemos ser de fundamental importância criar uma nova tradição no movimento estudantil que rompa com as barreias corporativas e que articule os estudantes a nível internacional na luta por uma outra universidade que seja acessível e sirva aos interesses dos trabalhadores e do povo pobre.








NOTA DA CHAPA ROSA LUXEMBURGO

O Centro Acadêmico de Ciências Sociais tem uma longa história de atuação combativa contra os ataques à educação e em defesa do interesse estudantil. Contudo, há mais de dois anos o CACS não tinha gestão, o que era um claro empecilho para a organização dos estudantes. Diante do anseio de retomar esta entidade, nós, da chapa Rosa Luxemburgo, composta por LER-QI e independentes, partimos de um programa que coloca a perspectiva de uma entidade estudantil combativa e militante, que seja ativa durante todo o ano, que para além de simplesmente elencar todos os problemas que estamos cansados de saber – falta de professores, de funcionários, de assistência estudantil plena, acervo insuficiente na biblioteca, e outros tantos –, esteja seriamente preocupada em pensar as respostas para esta situação. E, além disso, esteja permanentemente comprometida com a democratização radical da universidade.

Com isso, nós da chapa Rosa Luxemburgo fomos eleitos para o CACS com 108 votos a favor, 26 nulos e 2 brancos.

Queremos agradecer ao número muito expressivo de votos que recebemos, mas fundamentalmente queremos dizer que diante dos inúmeros problemas que enfrentamos em nossa universidade e em nosso curso sabemos que serão grandes os desafios que teremos ao longo de nossa gestão.

Por isso, chamamos a todos os estudantes que votaram em nossa chapa, que expressam acordo com nosso programa e também os que não votaram (ou não puderam votar), a romper as amarras da domesticação que a estrutura universitária tenta nos impor! Por um CACS independente da direção, da reitoria e dos governos! CACS ROSA LUXEMBURGO!




domingo, 13 de dezembro de 2009

CARTA DO GRUPO DE MULHERES PÃO E ROSAS EM APOIO A CHAPA "ROSA LUXEMBURGO"

Grupo de mulheres Pão e Rosas- Marília apóia a chapa Rosa Luxemburgo para o CACS!


Nós, mulheres do pão e rosas, compreendemos que uma entidade estudantil deve ser militante e combativa, colocando o movimento estudantil a lutar e refletir sobre o caráter elitista, racista e machista da universidade de classe, e que para além de travar uma luta efetiva pela transformação profunda da universidade, entenda que esta está diretamente ligada a uma transformação da sociedade, e que tal só será possível, se ligando a única classe capaz de derrubar essa estrutura opressora, a classe trabalhadora.
Vemos a necessidade de uma entidade militante, que, dentro do movimento estudantil, através de uma prática militante, levante as demandas das mulheres. Lutando contra a opressão, a violência e o assédio,e que tenha a preocupação de se ligar a sociedade, para que essas discussões não fiquem apenas dentro dos muros da universidade. Assim como se colocar como tribuno do povo, das mulheres exploradas e oprimidas, das/os trabalhadoras/es explorados por esse sistema, como as/os trabalhadoras/es terceirizadas/os, as quais fazem parte do nosso dia-a dia na universidade.
Por isso, nós do Pão e Rosas apoiamos a chapa “Rosa Luxemburgo” para o CACS, pois levantam em seu programa todas essas questões que para nós são centrais, e assim, como nós, se colocam na perspectiva de lutar contra a opressão às mulheres, e a tornar uma discussão viva no Movimento Estudantil e espaços de debates acadêmicos. Com a preocupação também de utilizar desses espaços para resgatar a história de grandes lutadoras, como Rosa Luxemburgo, uma grande revolucionária internacionalista, que dedicou a sua vida a transformação efetiva dessa sociedade opressora, e muitas outras lutadoras, as quais suas histórias foram apagadas dos currículos acadêmicos. É necessário através da atuação no Movimento Estudantil, forjar uma nova tradição no movimento de mulheres: classista e militante.
E nós, do pão e rosas, nos colocamos a tarefa de estar apoiando e somando forças a toda entidade que se proponha a isso.Que enxergue o movimento estudantil de forma estratégica para uma transformação profunda da sociedade ao lado das/os trabalhadoras/es.


POR UMA ENTIDADE MILITANTE E COMBATIVA, NÓS DO PÃO E ROSAS- MARÍLIA DIZEMOS : PARA O CACS CHAPA “ROSA LUXEMBURGO”!



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Programa da chapa “Rosa Luxemburgo” para o CACS 2010


O que se desenha para as eleições presidenciais de 2010, vai sem dúvida, colocar em evidência uma questão bastante silenciada: fundamentalmente o papel das mulheres na história e na política. As eleições que apontam as candidaturas de Dilma Roussef, Marina Silva e talvez Heloísa Helena, vai nos dar a oportunidade de discutir concreta e ofensivamente o papel das mulheres no cenário nacional.
Precisamos aproveitar este momento de comoção social e intensos debates, para sermos ainda mais contundentes em nossas denúncias sobre todas as formas de opressão contra a mulher e a omissão destas senhoras diante da violência, da fome, da pobreza, da falta de acesso de qualidade à saúde e à educação, que muitas mães, trabalhadoras, donas de casa, assim como seus companheiros, filhos e filhas enfrentam diariamente neste país. Precisamos tirar das bocas destas senhoras as demandas das mulheres, dos trabalhadores/ as e do povo pobre.
Partimos de homenagear e marcar como exemplo de combatividade na história das grandes mulheres lutadoras a revolucionária Rosa Luxemburgo, militante internacionalista nascida na Polônia, que lutou contra a opressão da Rússia czarista a seu país e, por força da repressão deste regime teve que se refugiar na Alemanha, onde desenvolveu os episódios mais importantes de sua militância revolucionária.
Às portas da primeira guerra mundial, quando os paises imperialistas se preparavam para mergulhar a humanidade num banho de sangue em favor de seus lucros, com a conivência do Partido Social Democrata Alemão, Rosa Luxemburgo e Karl Lieknecht travam uma dura luta interna contra a direção desse partido, se alinhando aos revolucionários russos Lênin e Trotsky, que diziam que a Guerra significava jogar operários contra operários em uma luta que somente a burguesia tinha algo a ganhar.
Mas, o curso da história seguiu um rumo diferente do que defendia a nossa revolucionária. A revolução de 1918 foi traída, e Rosa, assassinada.
Ela foi indiscutivelmente uma das grandes dirigentes do proletariado revolucionário internacional e uma importante teórica do marxismo. Uma mulher que travou um combate a ferro e fogo até a morte, em prol de suas posições, em nome da revolução social, e do fim da opressão e da exploração que subordina a maioria dos seres humanos. A 90 anos de seu assassinato, queremos reviver o grande legado da ilustre "Rosa Vermelha".

“A ordem reina em Berlim! Estúpidos lacaios! Vossa 'ordem' está construída sobre a areia. A revolução amanhã 'se levantará de novo brandindo suas armas com estrondo' e proclamará com suas trombetas: Fui, sou e serei!”
Rosa Luxemburgo, 1919


A Universidade em crise

Durante o boom do pós-guerra, período em que as principais economias do mundo passaram por algumas décadas de prosperidade, o número de estudantes universitários triplicou em todo o mundo. Essa democratização bastante relativa (“a massificação” somente atingiu setores da classe média) esteve a serviço de preparar profissionais que satisfizessem as necessidades de manutenção do modo de desenvolvimento da época e foi financiada fundamentalmente pelos Estados nacionais. A partir da década de 70, com o fim deste ciclo de crescimento econômico e, em resposta a queda nas taxas de lucro em todo o mundo, se inicia a reestruturação produtiva neoliberal. O modelo de universidade que vigorava até então passa a se tornar disfuncional para as novas características do novo processo produtivo. É neste marco que se instala a crise da Universidade.
No Brasil, o sistema universitário sempre foi para poucos. Similar processo de relativa expansão se deu bastante tardiamente. Ele começou a ocorrer no governo de FHC, na década de 1990, já marcado por uma orientação claramente neoliberal e foi baseado na expansão desenfreada das universidades privadas e sucateamento das públicas.
Este cenário de crise persiste até os dias de hoje: de um lado, os grandes capitalistas e o Estado descontentes com os altos gastos para capacitar intelectuais e profissionais que não terão lugar no processo produtivo e propondo reformas para tornar as universidades funcionais do ponto de vista da geração de lucro; de outro, um imenso número de jovens trabalhadores e pobres que anseiam poder entrar nas universidades e que não encontram vagas ou não tem condições de pagar as altas mensalidades.

Precarização e sucateamento

Como já dissemos a universidade pública tal como está não é mais funcional para o Estado e quem o controla. Isso explica as políticas conscientemente levada adiante pelos governos de sucateamento das condições do ensino superior público.
Aqui na FFC, como podemos perceber, não é diferente. Problemas como falta de professores, falta de funcionários e infra-estrutura precária sempre foram uma dura realidade, mas nos últimos anos houve uma piora significativa. Para compensar a falta de professores RDIDP que hoje afeta todos os cursos de nossa unidade, são contratados professores substitutos, que, recebem salários miseráveis, e muitas vezes pelo próprio contrato precário tem que correr contra o tempo para poder cumprir o conteúdo, além do fato de não poderem orientar projetos de pesquisa. Várias sessões da faculdade (Biblioteca, R.U., Manutenção, Graduação, etc.) só não param hoje porque os poucos funcionários dessas sessões trabalham “além do recomendado” (são super-explorados).
Os espaços para a realização de eventos, palestras, seminários é tão escasso e insuficiente que geram uma disputada acirrada para conseguir utilizá-los, inviabilizando uma série de atividades. As condições de pesquisa também não vão nada bem, enquanto a direção pinta a fachada da biblioteca para deixá-la mais bonita, o acervo continua insuficiente. Quando tratamos do acesso de portadores de necessidades especiais ao campus, parece mentira que um prédio público, onde existem cursos que tratam especificamente de educação especial, tenha uma estrutura tão ruim para atender a esse público.

Pela imediata contratação de professores e funcionários!
Por melhores condições de ensino e pesquisa!



Por uma outra universidade!

Não queremos simplesmente ter uma universidade de melhor qualidade. Não queremos uma bolha de democracia em meio a uma sociedade antidemocrática e opressora. Queremos transformar não apenas nossa universidade, mas também a sociedade como um todo.

Aliança com os trabalhadores!

Por mais que consigamos construir grandes mobilizações elas não passarão dos muros da universidade se não responderem também as demandas da maioria da população. Nossa luta por uma universidade pública de qualidade passa pelo questionamento das bases de nossa sociedade de classes. Por isso, para sermos vitoriosos é fundamental que unamos nosso questionamento àqueles que de fato são capazes de implodir essas bases e construir uma nova sociedade, levando às últimas conseqüências a luta pela emancipação humana, ou seja, aos trabalhadores e ao povo pobre! Essa é a aliança capaz de superar a universidade burguesa!

Democratização do acesso

Hoje menos de 5% da população brasileira têm acesso à universidade! Sendo que, dessa minoria que consegue cursar o ensino superior, cerca de 75% estudam em universidades particulares. A imensa maioria da população brasileira estuda em colégios públicos, mas se analisarmos a composição das universidades públicas do Brasil veremos que o número de estudantes que vem desses colégios é muito baixo.
Os filhos dos trabalhadores do povo pobre em geral passam longe do ensino superior, mais longe ainda do ensino superior público. O resultado do último censo educacional do ensino superior divulgado poucas semanas atrás revela que, de todas vagas oferecidas no ensino superior em 2008, 49% ficaram ociosas, sendo que destas 98% estão nas instituições privadas. O que impede que essas vagas sejam preenchidas? As altas mensalidades cobradas pelas universidades particulares, instituições que, na verdade, não passam de grandes conglomerados de capital (muitas delas possuem até mesmo ações na bolsa de valores); ou seja, colocam o lucro acima de uma educação de qualidade e da formação humana, entendem a educação enquanto mercadoria e não como um direito. Para que os que hoje estão do lado de fora dos muros universitários possam adentrá-los, é fundamental que todas as universidades particulares sejam estatizadas, sob o controle democrático da comunidade acadêmica!

Fim do vestibular, para que todos possam estudar!
Pela estatização das universidades particulares, sob controle democrático da comunidade acadêmica!




Cotas nas Universidades: Sim ou Não?

São muitas as formas de opressão vigentes na sociedade capitalista, homofobia, preconceito de classe, gênero e racial. Todas as formas de opressão devem ser combatidas. No que diz respeito à questão racial é necessário considerarmos que o Brasil foi o país que mais recebeu africanos que eram feitos de escravos. O processo de abolição da escravatura foi longo, lento e gradual. Durante a escravidão no Brasil a população escravizada desenvolveu uma série de formas de resistência, lutas, enfrentamentos, centenas de milhares resistiram até a morte. Em 1888 a monarquia e a nobreza escravocrata no Brasil não conseguiram mais manter a escravidão, em 13 de maio do mesmo ano aboliu-se legalmente a escravidão no país, isso contribuiu também, em grande medida, para a queda da monarquia em 1889. A mão de obra escrava foi substituída pela mão de obra dos imigrantes. A população negra ex-escrava ficou sem moradia, emprego, escola, etc. Ficaram privados dos elementos indispensáveis a manutenção básica da vida humana. Em condições de miséria muitas outras mortes decorreram deste processo. Ou seja, esta população foi totalmente abandonada pelo sistema público e assim permaneceram em condições de miséria, condições estas que foram transmitidas a seus filhos e aos filhos de seus filhos. Ainda hoje a população negra é ínfima minoria nas universidades. Também é a parcela da população que realiza os trabalhos mais precários com salários mais baixos, o que implica condições de vida precárias. Os/As negro/as, ainda que ocupem os mesmos cargos que os/as brancos/as, recebem salários menores. Ter boa aparência, em muitos casos, é sinônimo de “ser branco”. Há de se considerar ainda o caso das mulheres negras, que ganham ainda salários menores que os salários dos homens brancos, das mulheres brancas e dos homens negos. Não podemos fechar os olhos para esta realidade social. Devemos apoiar as lutas pela igualdade salarial, acesso a bens de consumo, habitação, educação etc. Por isso defendemos também cotas para negros(as) nas universidades públicas brasileiras. É claro que sabemos que estas são na verdade formas de luta por emancipação política. Porém não paramos por aí, também com a população negra, queremos resgatar as lutas mais profundas e radicais, nos unificar pelo fim do vestibular, para que tenhamos universidade para todos/as. pelo controle operário da produção, pela abolição da sociedade de classes, pelo fim do regime do salariato, e pela abolição da propriedade privada.



Para que servem as Ciências Sociais?

A Universidade Pública, tal qual uma outra série de infinitas riquezas existentes em nossa sociedade, deve às mãos trabalhadoras a sua existência, não apenas no âmbito de sua construção, mas principalmente na manutenção da instituição como pública. Mas além de não terem acesso, como já dissemos, o conhecimento que é produzido aqui está apartado de seus interesses.
Nas Ciências Humanas, e em particular nas Ciências Sociais, não faltam teorias e esquemas que ocultam e naturalizam a exploração, muitas vezes maquiados com uma camada cínica de “neutralidade” que só reafirma a dominação. Além de denunciar e combater essa forma de conhecimento que nada mais faz do que conservar o que esta dado, devemos lutar por um conhecimento crítico a serviço da transformação social, que rompa com a domesticação que nos impõe a universidade.
As Ciências Sociais devem debater acerca dos problemas vividos pela grande maioria da população para buscar formas de ascensão do oprimido a uma condição de plena libertação dos mecanismos de controle ao qual ele continua preso – sexo, gênero, raçial/etnica, cultural e principalmente classe – através de todos os meios de discussões que temos acesso em nosso curso: a Antropologia para reconhecer e nos enriquecer com as experiências de outras culturas, a Economia para dar ordem ao sistema material da sociedade, a Sociologia para compreender os acertos e erros em nossas relações, a Política para que esses indivíduos se percebam como parte de um processo e, portanto, participem dele.
Não seria mais lógico que, ao contrário de continuarmos reservando o conhecimento para nos colocarmos numa categoria de superioridade social e prestígio intelectual, ele fosse uma ferramenta para a emancipação social e de busca por participação da própria classe trabalhadora como produtora de conhecimento?

Ultrapassar os Muros!

Durante a greve deste ano, demos um importante passo e um exemplo ao movimento estudantil brasileiro. Não nos restringimos às demandas corporativas, incluímos em nossa pauta a defesa da educação em seu conjunto e tivemos a preocupação de nos ligar a população de Marília. Mas o fosso que separa a universidade da sociedade é fundo e não conseguiremos acabar com ele em ações isoladas, essa preocupação deve ser constante.
Estamos vivendo um período onde a crise econômica mundial faz ressurgir as demissões em massa, onde milhares de trabalhadores são arrastados ao desemprego, ou então, sofrem com as reduções de salários. Apesar da relativa melhora na economia nos últimos meses, fruto de resgates trilhonários por parte dos governos, qualquer análise que rompa com a superficialidade verá que as causas da atual crise estão longe de acabar. São em momentos como esses que os conflitos sociais se intensificam e que um fenômeno que sempre esteve presente, mas que muitos diziam não existir, se faz imperativo: a luta de classes. Nestes períodos a necessidade de nos colocarmos ao lado dos trabalhadores em defesa dos empregos e contra os ataques dos patrões é redobrada. Pretendemos construir uma entidade que se coloque nessa tarefa, organizando uma fração de estudantes que se ligue organicamente aos trabalhadores!
A partir desta perspectiva, devemos ultrapassar os muros da universidade começando por Marília. É fundamental que em nossa luta por um ensino superior público acessível à toda população nos incorporemos aos estudantes das universidades particulares da cidade (UNIMAR, UNIVEM, etc.). Outro setor com o qual devemos estreitar relações é o de secundaristas da cidade, estes são os que mais sofrem com as péssimas condições de ensino e com a falta de vagas nas universidades públicas. Além disso, são nesses espaços que está a grande parcela da juventude trabalhadora da cidade, juventude que fica com os piores postos de trabalho e que é a mais afetada com o aumento do desemprego.




Abaixo a repressão!

Este ano Serra deixou bem claro o tratamento dado a qualquer um que se levante contra os interesses da burocracia acadêmica e questione o atual estado de coisas dentro da universidade: Tropa de Choque! Mas, para além da absurda invasão da policia durante a greve deste ano, o aumento da repressão pode ser notado no cotidiano das estaduais paulistas. A começar pelo SINTUSP, que, além de ter seu dirigente demitido ilegalmente, vem sofrendo diversos outros ataques, como a transferência de ativistas para locais de trabalho isolados, a abertura de sindicâncias, aplicação de multas e perseguições políticas, podemos observar casos como a condenação de nove estudantes da Unesp de Presidente Prudente pela ocupação da diretoria no início do ano, ameaças de morte a professores que denunciaram esquemas de corrupção na Unesp de Registro. Há poucas semanas atrás, o funcionário Frederico da Unesp de Franca foi demitido por denunciar um caso de desvio de verba na biblioteca da faculdade, a diretoria alegou que o trabalhador estava “conturbando o ambiente de trabalho”.
Porém o que percebemos é que a repressão não está aumentando apenas dentro das universidades. Em momentos de crise econômica como o atual, quando as contradições sociais se acirram, a disposição dos setores mais reacionários e conservadores em reprimir qualquer tipo de contestação social é redobrada. As principais provas disso são o Golpe Militar em Honduras e, no caso do Brasil, a ofensiva ideológica e jurídica contra o MST levada à frente por organizações de direita e que conta com o aval do governo Lula.
Não podemos falar em repressão sem citar a violência policial contra o povo pobre, e em sua maioria negro, nas favelas e morros das principais cidades brasileiras. Diariamente os moradores das periferias sofrem nas mãos da policia. São inúmeros os casos de assassinatos, estupros, roubos e outros formas de violência. Neste último ano, protestos e manifestações contra a ação assassina da policia, como os de Paraisópolis e Heliópolis em São Paulo, mostram o crescente descontentamento e a revolta desses moradores com a situação a qual estão submetidos. Revoltas que foram respondidas com ainda mais dura repressão por parte do Estado.
Diante de tudo isso não podemos nos calar! Propomos levantar junto com outros setores de estudantes, movimentos sociais e organizações políticas uma grande campanha contra a repressão, em defesa dos lutadores, contra a ação repressiva da policia dentro das universidades e nas favelas e em defesa do SINTUSP e do MST!

Pela imediata readmissão de Frederico trabalhador da Unesp de Franca!
Fora PM das universidades e favelas!
Pela dissolução da Polícia!




Opressão à mulher

Ao contrário do que muitos pensam, o machismo, entre outras formas de opressão como o racismo e a homofobia, também se expressa na universidade, pois ela reflete as relações de opressão existentes na sociedade. O conhecimento produzido na universidade, tal “templo do saber”, ao invés de desmistificar essas relações as oculta cada vez mais, naturalizando-as.
Nas grades curriculares as mulheres lutadoras são apagadas da História, viram meras coadjuvantes, nunca protagonistas; não existem disciplinas que tratam da opressão da mulher como problema social e histórico que é e que atinge metade da população mundial.
Casos de violência contra a mulher são mais comuns dentro dos espaços universitários do que parecem. No início deste ano na Universidade Federal Fluminense, algumas estudantes denunciaram que foram forçadas a manter relações sexuais com veteranos durante o trote, na Unesp duas estudantes foram assediadas sexualmente e resolveram denunciar o assediador e a Reitoria junto com a direção do campus “sacou de repente” uma bolsa auxílio para ele, além disso, podemos lembrar o mais recente caso com Geisi, na Uniban, onde a estudante assediada foi punida por não seguir a “moral e bons costumes do ambiente escolar”. Casos como esses acontecem aos montes no ambiente universitário e, contam sempre com o silêncio criminoso das Reitorias, da burocracia acadêmica e muitas vezes com a impotência do movimento estudantil.
Além do mais, se para nós estudantes que pouco temos a perder já são muitas as dificuldades de nos organizarmos, estas são ainda maiores para as mulheres trabalhadoras que enfrentam diariamente as mazelas do capitalismo, encaram as duplas, e até triplas jornadas de trabalho, o assédio moral no trabalho, ganham os salários mais baixos para muitas vezes sustentarem a casa, os filhos... Queremos por abaixo o corporativismo no movimento estudantil e nos colocarmos como tribunos das mulheres oprimidas, das terceirizadas humilhadas por este sistema, das trabalhadoras e donas de casa que se vêem separadas de nós estudantes pela moralidade burguesa. Devemos levantar que nosso CA deve servir para resgatar a história das grandes lutadoras para hoje forjar uma nova tradição dentro da universidade, a tradição das mulheres trabalhadoras, das terceirizadas da limpeza, das estudantes combativas, das moradoras da Moradia Estudantil, das donas de casa e trabalhadoras da cidade.

Queremos um centro acadêmico militante que tome com toda centralidade a luta contra a opressão às mulheres!


Por um CACS militante!

O Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UNESP de Marília sempre foi conhecido como uma entidade ativa na lutas e em defesa da educação. Queremos resgatar a história do CACS e ir mais adiante, pois, para nós, as entidades estudantis são ferramentas essenciais para impulsionar a organização dos estudantes nas lutas econômicas, políticas e ideológicas. Papel que se faz mais importante quando os estudantes ainda não se colocam em luta aberta, ou seja, em momentos onde paira a passividade.
No entanto, para isso não basta somente uma nova gestão do CACS, é necessário superar a tradição das entidades “cascas vazias” que só se movimentam nas eleições e em uma ou outra luta isolada, enquanto na maior parte do tempo se limita a protocolar ofícios e, muitas vezes funcionam ,como secretarias da direção, lógica a qual a própria esquerda muitas vezes se adapta.
É necessário construir uma nova tradição, construindo um CACS que atue no dia a dia, buscando sempre se aproximar dos estudantes, sendo ativo nos debates políticos e ideológicos da universidade, incentivando e construindo espaços de integração social e intelectual.
Mas só isso não basta. É necessário superar as tradições que reduzem as entidades somente as suas gestões, procurando ligar a gestão aos estudantes combativos, por meio de comitês, conselhos de delegados de salas de aula, assembléias, etc. Assim construir uma entidade que leve à frente não somente as lutas imediatas, mas que seja capaz de intensificar a politização e levar à raiz dos problemas da universidade. Somente assim será possível construir uma base que, nos momentos de luta, esteja preparada para formar ativistas combativos, que esteja experimentada e tenha uma reflexão acumulada para responder as tarefas que lhe estarão colocadas.

Pela unidade do movimento estudantil combativo

Há muito tempo a UNE (União Nacional dos Estudantes) está longe dos estudantes combativos, essa entidade, com sua estrutura burocratizada, só aparece nas lutas (isso quando aparece!) nas mesas de negociação, para falar em nome de estudantes que nem sabem que ela existe. Com e eleição de Lula em 2002 esse quadro se agravou, e a UNE se transformou em um braço do governo no movimento estudantil. Essa UNE burocrática e governista está longe de representar esse novo movimento estudantil que surge depois de 2007.
Como colocamos acima, queremos romper com as entidades cascas vazias e colocar de pé entidades militantes a altura dos problemas que enfrentamos, porem esses problemas não podem ser solucionados se nos mantermos isolados em Marilia. Para nós o movimento estudantil de Marilia, um dos mais avançados e combativos do País, não pode se furtar a buscar as vias para a reorganização do movimento estudantil combativo.
Por isso nos propomos a abrir uma seria discussão com os estudantes das Ciências Sociais no sentido de definirmos qual a melhor maneira para colocar de pé uma verdadeira unidade do movimento estudantil combativo, capaz de unificar as lutas e o movimento, pois só assim poderemos dar uma resposta a miséria da universidade e da sociedade em que vivemos.

Por uma arte independente e revolucionária


Nosso objetivo é discutir e promover um verdadeiro libelo pela mais plena e absoluta liberdade de expressão. Pretendemos discutir e promover uma arte aliada à vida, às dimensões mais profundas do ser humano, onde qualquer dirigismo será absolutamente repudiado. Por uma arte independente e revolucionária: as produções artísticas sob o signo da liberdade.
Lutamos por uma arte capaz de comunicar uma vida melhor. E por isso acreditamos ser necessário buscarmos novas linguagens artísticas, uma arte capaz de comunicar o horror que existe e a esperança que pode vir a ser, uma outra linguagem poética que vise o fim do estado cruel das coisas. Para nós, a imaginação também pode ser pensada como uma faculdade cognitiva capaz de romper os entraves das sociedades autoritárias e utilitaristas.
Trata-se de elevar as linguagens artísticas ao nível de uma linguagem que recusa as facilidades e trapaças das classes dominantes, produzir uma obra de arte a partir da necessidade de se opor a estes universos instituídos.